Análise: Real Madrid vê em Vinicius Junior a necessidade do futuro virar presente

Em 2013, Florentino Pérez resolveu mudar a política de contratações do Real Madrid. O clube passou a pavimentar o caminho para o futuro diminuindo a idade média de seus reforços. No meio de galácticos como Bale, Kroos e James Rodríguez (porém jovens à época), chegaram Carvajal, Casemiro, Isco, Asensio, Ceballos, Odriozola, Brahim Díaz... E, entre alguns pouco memoráveis, Vinicius Junior. Mas, por necessidade, o presente veio rápido para ele - e com uma senhora responsabilidade.


Quando Vinicius completou 18 anos e se mudou de vez para a Espanha, em junho, sua presença em Valdebebas sequer estava garantida. O Real acabou decidindo não emprestá-lo, mas o enviou ao Castilla (time B) para, em tese, não pular etapas no seu desenvolvimento.


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Algumas boas atuações na Terceira Divisão o levaram a receber chances pingadas com Lopetegui na equipe principal. A estreia oficial aconteceu no fim de setembro (só dois minutos no empate com o Atlético de Madrid); a primeira titularidade veio um mês depois (já com Solari), e logo também o primeiro gol; e agora o que se pode chamar de regularidade – com atuações destacadas em meio ao pequeno caos.

No dia 6, Vinicius Junior foi o melhor jogador do Real na derrota para a Real Sociedad, por 2 a 0, pelo Campeonato Espanhol. Três dias depois, deu assistência para Lucas Vázquez e marcou um belo gol na vitória sobre o Leganés, pela Copa do Rei.

Não participou diretamente de algum gol nos 2 a 1 sobre o Betis, no último domingo, mas teve atuação elogiada nos jornais madrilenhos ("continua melhorando e ganhou status de titular" no Marca), esperançosos quanto ao surgimento de uma potencial estrela.

O Real Madrid claramente não está no seu melhor momento. O título do Mundial de Clubes contra Kashima Antlers e Al Ain não foi capaz de mascarar os inúmeros problemas de renovação de elenco (ou da falta de) depois de um ciclo vitorioso, porém turbulento. Zidane talvez tenha diagnosticado as imperfeições antes de todos e pediu para sair. Cristiano Ronaldo, a maior referência técnica, também.

E, se Asensio e Isco não se tornaram as estrelas que imaginávamos, seria natural esperar que os veteranos conseguissem assumir maior papel de protagonismo na ausência do homem que garantia em média 50 gols por temporada (o dado assustador é de 450 gols em 438 jogos!).

Bale e Benzema, por diversos motivos, ainda não atingiram este nível. E agora a bola está com Vinicius, um recém adulto que até outro dia usava aparelhos.

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